O estudo da gramática no Ensino
de Língua Portuguesa está, há muito tempo, considerado obsoleto. Tanto pelas
autoridades neste assunto, como pelos professores que têm outra ótica e
reconhecem a língua como construção social.
Hoje,
reduzir o ensino de língua à Gramática Normativa é pouco produtivo. Não são as
nomenclaturas que aumentarão a nossa performance linguística, mas a reflexão e
o uso da língua. De nada adianta saber o que é uma oração subordinada adverbial
temporal, se não se confere a essa construção uma prática, marcada pela
semântica e pelo contexto. Grande parte dos livros didáticos ainda insistem em
exigir do aluno que “retire os substantivos abstratos do texto.”
Segundo
Irandé Antunes, falar em Gramática Contextualizada é um tanto redundante, porque
a linguagem é interação e só ocorre se houver um objetivo de comunicação. Todos
os professores de qualquer disciplina, e, principalmente, os professores de
Língua, precisam refletir sobre as propostas de ensino. Devem questionar o que
concebem como gramática, quando visam ensiná-la. A que contexto se aplica?
Oral, escrito, formal, informal? Quais são os usos?
O
acesso constante aos vários tipos e gêneros textuais devem ser a prioridade
garantida aos alunos. Assim sendo, os discentes serão capazes de interpretar
qualquer texto e de lograr êxito nas variadas situações de comunicação.
Ainda,
são poucos os profissionais que inserem o texto como protagonista da aula de
Língua Portuguesa. Geralmente, as aulas são mais ocupadas com análises
sintáticas e morfológicas de frases descontextualizadas. As atividades devem se
voltar, essencialmente, aos inúmeros gêneros textuais, ao desenvolvimento da
oralidade, com a ampliação do repertório vocabular, sempre no contexto da
vivência circunstancial.
O
que se argumenta não é para defender a abolição da norma culta, mas que essa
deve se pautar na observação dos usos orais e escritos da atualidade, nos vários
âmbitos da cultura letrada. A língua está em constante mudança. Desconsiderar
isso é ser retrógrado, é contrariar o princípio de que nossa experiência de
linguagem está ancorada na vontade de inserção em grupo social.
Portanto,
o objetivo dos professores, de qualquer disciplina, deve ser ampliar as
habilidades das linguagens: da matemática, da história, da ciência, da língua
portuguesa e demais. A escola precisa garantir condições para que o aluno
atinja os usos sociais da língua na forma e no modo em que precisamos recorrer
a ela em diferentes contextos.
Referência
bibliográfica: texto de Leo Barbosa (professor e poeta) Publicado no
Correio
da Paraíba-2014).
Excelente reflexão! O ensino de língua que produz efeito duradouro é aquele que privilegia a relação com todos os gêneros textuais - com a palavra dita, pensada, criada, reinventada, ampliada ao máximo para dizer o mundo e a si mesmo com lucidez. Ninguém pode desenvolver uma relação forte com as palavras decorando regras, sublinhando sujeitos, grifando ditongos e hiatos etc. O texto é a base do ensino da língua e não a regra fria e seca. Obrigada Schirley, pelo ótimo texto postado.
ResponderExcluirEloí, obrigada pelas palavras, que confirmam tudo aquilo, no qual acredito. Sou pela leitura de bons textos, de bons livros. Amo o que faço. Gosto de partilhar o pouco em que acredito plenamente. Estou com a leitura e na leitura todo momento que posso. Você também é responsável pela minha paixão literária.
ResponderExcluirEloí, obrigada pelas palavras, que confirmam tudo aquilo, no qual acredito. Sou pela leitura de bons textos, de bons livros. Amo o que faço. Gosto de partilhar o pouco em que acredito plenamente. Estou com a leitura e na leitura todo momento que posso. Você também é responsável pela minha paixão literária.
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