sexta-feira, 24 de março de 2017

CAROS LEITORES!

         Este Blog é uma homenagem aos escritores, aos educadores, aos mediadores culturais, dos quais se fala pouco, e, são os que trabalham muito, pois estão convencidos de que os recursos culturais, de linguagem, narrativos e poéticos são tão vitais quanto a água que bebemos, o pão que comemos e o ar que respiramos.
            Dentre dezenas e dezenas de vozes de escritores renomados que escreveram e escrevem, com propriedade, sobre a importância da leitura, o que me aflorou, neste momento, foram estas:



           Paulo Freire fundamenta o diálogo no amor e aborda também a práxis, que tem como dimensões: a ação, reflexão e ação transformadora. A palavra tem, nesse sentido, um valor de transformação, transformar o mundo e aos homens. E para libertar os oprimidos de sua condição de opressão, utiliza-se do diálogo. Sendo a palavra, um direito de todos, e não um privilégio como muitos defendem, e uma ação amorosa, pois: “Não há diálogo, se não há um profundo amor ao mundo e aos homens.”
            Freire, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 11. Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1989. pag. 45.


     “Ato de ler, para ser qualificado de crítico, sempre envolve a constatação, reflexão e transformação de significados, a partir de diálogo- confronto de um leitor com um determinado documento escrito. Leitura sem compreensão e sem recriação do significado é pseudoleitura, é um empreendimento mecânico.”
             Silva, Ezequiel Theodoro da. Leitura & Realidade Brasileira. Porto Alegre- Mercado Aberto. 1983, pag. 99.





            “A biblioteca é o lugar de milhares de vozes escondidas nos livros que foram escritos a partir da voz interior de um autor. Quando lê, cada leitor faz reviver essa voz, que provém, às vezes, de muitos séculos atrás. Mas para as pessoas que cresceram longe dos suportes impressos, alguém tem que emprestar sua voz para que entendam aquela que o livro carrega.”
            Petit, Michéle. A Arte de Ler, São Paulo- Editora 34. 1ª edição-2009, pag. 59.


         “Precisamos de histórias, de poemas e de toda a literatura possível na escola, não para sublinhar ideias principais, mas para favorecer uma educação sentimental.
... Um professor de leitura é, simplesmente, uma voz que conta; uma mão que abre portas e traça caminhos entre a alma dos textos e a alma dos leitores. ...
            Os livros são isto: conversas sobre a vida. E é urgente, sobretudo, aprender a conversar.”
          Reyes, Yolanda. Ler e Brincar, Tecer e Cantar, São Paulo-Editora Pulo do Gato. 1ª ed. -2013, pag. 28.


         É indispensável, também, fazer referência especial às centenas e centenas de escolas, professores e bibliotecários, que, pelos Municípios e Estados por este Brasil afora, vivenciam ricas experiências, na área da leitura literária, informativa e abordagens interdisciplinares e contextualizadas.


VENHA COMIGO...

quinta-feira, 23 de março de 2017

LIVROS... MUITOS LIVROS... (Schirley)


Livros em todas as casas e escolas,
em todas as bibliotecas,
em todas as sacolas.

Livros pendurados nas árvores,
em todos os jardins e praças,
com histórias, cheias de graça.

Para encantar a alma das crianças,
livros nas salas de espera,
nos parapeitos das janelas.

Livros, bons livros,
de poemas, de crônicas, de contos,
de muitas histórias, de muitas memórias...

Acreditem:
Transformação rima com educação.
Leitura rima com cultura.
Do mundo, a salvação 
é a LITERATURA. 

quarta-feira, 22 de março de 2017

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA (Profª Schirley)

         
       
          Ensinar a ler não é só saber decifrar códigos, mas sim ter o hábito de ler por prazer. Seja para estudar, se informar, se deleitar...
            A prática da leitura desenvolve o vocabulário, dinamiza o raciocínio e a interpretação, aguça a sensibilidade e a criatividade, desperta o senso do belo e do útil, apura o senso crítico. A leitura é a principal ferramenta para semear, colher e degustar a informação, bem como disseminá-la.  Sabe-se que informação é sinônimo de PODER. Poder argumentar e protestar, reivindicar direitos e exercer a cidadania.  A leitura- um ato de maior importância para a aprendizagem do ser humano.
            A boa leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos específicos, aprimora a habilidade da escrita. O contato com bons livros ajuda a organizar uma linha de pensamento. A apreciação de uma obra literária é uma aliada indispensável na hora de produzir uma redação.
            A boa leitura funciona, também, como exercício de fixação, pois boa parte dos assuntos estudados na escola é ensinada muito mais pela teoria. Leitura e escritura é um binômio que coexiste.  Faltam laboratórios de redação para o verdadeiro estudo dos inúmeros gêneros textuais. Há circunstâncias na vida, que exigem o domínio desta prática tão ampla e criteriosa. Citemos alguns exemplos: redigir convite, atestado, procuração, normas de convivência profissional, características de determinados profissionais, termo de doação, entre tantos outros. 

            CRIAR O HÁBITO:
            Tudo é questão de hábito, de transformar a leitura em prazer. Assim, como  a pessoa tem o prazer de decorar a casa, ou cozinhar, assim, também, os estudantes, os professores, ou quaisquer outras pessoas devem, além de acessar a internet, o facebook, ter, também, o prazer de dedicar-se a leituras descompromissadas. Ler poesias, romances, crônicas, reportagens, enfim, viajar pelas páginas de uma obra literária. Jornais, revistas e periódicos,  também, são ótimos aliados de leitores assíduos.
            O hábito da leitura deve ser estimulado desde a infância, pela família, pela escola, pelas demais instituições, para que o indivíduo aprenda, desde pequeno, que ler é muito importante, e, acima de tudo, prazeroso.
            A leitura, realizada com prazer, desenvolve a imaginação, a escuta atenta e a linguagem. Garante a capacidade de falar e escrever com argumentação, com discernimento e com segurança. Garante, também, a capacidade de ouvir e ler bem, para compreender bem este mundo em que vivemos e poder sugerir rotas para a inovação da nossa história.  


            A LEITURA BEM FEITA CONSISTE EM GARIMPAR OS MÚLTIPLOS SIGNIFICADOS QUE OS TEXTOS E LIVROS TRAZEM EM SEU INTERIOR E PRATICÁ-LOS COM A ALMA. (Ana Schirley Favero)

terça-feira, 21 de março de 2017

"LEITE INTELECTUAL" - (Ana Schirley B. Favero)

Leitura,
Leite intelectual,
Alimento especial.

Tão vital,
como o ar,
como o pão.
Faz bem
ao coração.

Leitura,
é informação.
Sinônimo
de poder.
Ter voz,
ter vez,
pra ser
cidadão.

Leitura,
garante
a escritura,
liberdade
de expressão.
Pra denunciar,
pra protestar,
pra exigir
direitos.
Pra viver
com dignidade,
com felicidade.

Convido vocês:
Crianças,
Jovens  e adultos,
Pais e avós,
Professores e alunos,
para a prática
da leitura,
leite intelectual,
alimento especial. 


A expressão "Leite Intelectual" é de autoria de Câmara Cascudo.

segunda-feira, 20 de março de 2017

LEITURA ORAL FEITA PELO PROFESSOR - UMA CONSTANTE (Profª Schirley)

    Ouvir poesias, histórias fantásticas encanta as crianças e mesmo os adultos. Amplia o repertório cultural, aumenta a familiaridade com a língua, desenvolve o comportamento leitor e inicia e implementa o processo contínuo da alfabetização.

       ALFABETIZAÇÃO NO SENTIDO  DE  TROCA  DE  CONHECIMENTOS E  SABERES.

        Sempre que o (a) professor (a) lê para os alunos, revela as múltiplas possibilidades que os textos oferecem. As crianças, os jovens conhecem narrativas, lugares, personagens e autores e têm a oportunidade de se encantar com a leitura. “O desejo de aprender a ler para decifrar os livros preferidos, com autonomia, e descobrir novas histórias, aumenta de intensidade.” (palavras de Ana Flávia Alonço).
      A leitura como prática social, pode ser ensinada em situações em que a turma toda participe, comentando o que foi lido, levantando e explicando hipóteses, debatendo ideias.  Atitudes como essas compõem o chamado comportamento leitor, capaz de ser desenvolvido desde cedo com a ajuda dos mais experientes.
        A figura dos pais, dos bibliotecários, dos professores é fundamental, pois estes assumem o papel de condutores de seus ouvintes para um mundo fantástico.
     Emília Ferreiro, psicolinguista diz: “a leitura é um momento mágico. Tem que ter propósito comunicativo. Quando o (a) professor (a) lê tem de considerar sua ação como prática social que entretém, emociona, informa e diverte.”
           
      Ler em voz alta requer: boa dicção, ritmo, expressão facial adequada, eloquência, paixão, encantamento e muita emoção.


       Escolher bons livros literários é outra necessidade importante.
     Os livros não podem apresentar visão moralista, infantilizada ou didática, mas que promovam encantamento e envolvimento, levando as crianças em direção às emoções, sonhos, aprendizagens e conhecimentos.
     A alfabetização é um processo contínuo, desde a infância até a fase adulta.  Entende-se aqui, alfabetização como um processo constante de troca de conhecimentos, de saberes, descobertas, mudanças de visões, de sentimentos.  Tudo através da leitura do mundo e dos livros.
    Devo dizer que as leituras que farei vão desde poemas, contos, crônicas e outros gêneros , demandados pelas circunstâncias da vida.
     A minha intenção e firme propósito com esses textos lidos, em voz alta, é despertar, cada vez mais, a paixão, o gosto aprimorado pela leitura e escritura.
   Desejo que o que selecionei agrade vocês, ouvintes, e acrescente ideias, valores e refine os sentimentos. O mundo para ser humanizado precisa de pessoas sensíveis, criativas e críticas.

OUÇA COM ATENÇÃO! DESDOBRE OS MÚLTIPLOS SIGNIFICADOS E REPRODUZA TEXTOS DE ACORDO COM SUA RAZÃO E EMOÇÃO.


                                               VENHA COMIGO!

domingo, 19 de março de 2017

POEMA X POESIA

           Poema- texto formalizado em versos, estrofes.
          Poesia- beleza intrínseca. Conteúdo poético. É encontrado nos poemas, nas narrativas literárias e até em obras de arte que não utilizam a palavra: num quadro, numa foto, numa paisagem, por exemplo.

           POESIA é produção artística, é sentimento, encantamento.


POEMA X POESIA  (Ana Schirley Favero)

Consagrado
chamar poema
de poesia.

Poesia!
É beleza,
é canção.
Rima com alimento.
Com certeza,
é emoção.

Poema!
Só com poesia!
Rima com sentimento,
refinado,
educado.

Sinônimo
de sonho,                                          
encantamento,                                 
comportamento.                              

É condimento                                      
da alma                                               
ferida,                                                 
pra ser compreendida.

Poesia!
É luz,
é agasalho,
é abraço
no coração,
com fita
e laço.

Coração confortado!?                                    
Mundo humanizado!?                               
Somente
com a poesia,                                            
dia e noite,                                                 
noite e dia.    
                                            
                                                              
POESIA               
semeia
alegria,
sabedoria...
Todo dia
POESIA!

sexta-feira, 17 de março de 2017

CECÍLIA MEIRELES - Ana Schirley

Cecília Meireles,
Carioca.
Professora,
Jornalista,
Poetisa,
Pintora.

Dedicou-se
com amor,
à educação,
à literatura.

Como poetisa,
fez revelação:
“a rima,
a musicalidade
é o exercício
pra incentivar
a leitura.”

Seus temas
são variados:
sonhos,      
fantasia,
solidão,
padecimento,
tempo...
Pura energia,
pura emoção!

Faço questão
de registrar
seu inventário lírico:
"Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre, nem sou triste.
Sou poeta."

LIVRO: OU ISTO OU AQUILO...

ESTE LIVRO CONTINUA BORDANDO OS CORAÇÕES DOS LEITORES...

TENHA-O COMO COMPANHEIRO DE CABECEIRA!!!




OU ISTO OU AQUILO - CECÍLIA MEIRELES

Do livro "Ou Isto ou Aquilo" de Cecília Meireles:

O Poema: Ou isto ou aquilo...



quarta-feira, 15 de março de 2017

A BAILARINA - CECÍLIA MEIRELES


Meireles, Cecília. Ou Isto ou Aquilo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981, P. 72.

LEILÃO DE JARDIM - CECÍLIA MEIRELES





























Meireles, Cecília. Ou Isto ou aquilo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981, P. 118.

O VESTIDO DE LAURA - CECÍLIA MEIRELES

A seguir, de Cecília Meireles, o poema "O VESTIDO DE LAURA"...

Meireles, Cecília. Ou Isto ou Aquilo. Rio de Janeiro:  Civilização Brasileira, 1981, P. 33.


terça-feira, 14 de março de 2017

L U Z - (Profª Schirley)

Neste cordel
vou falar
da escritora Eloí.
Em Zortéa nasceu,
lá também cresceu.
Da tradição oral
ouvia belos causos,  
contados nos serões.
Eram vivas as memórias,
eram lindas as histórias.



Desde criança menina
Eloí, o poetar traduz
Eloí, alma poetisa,
Poetisa luz.
Seus escritos...
Esse encanto reluz!
Se encantava com as flores,
nesses tempos idos.
Imaginava o planeta,
florido, multicolorido.

Zortéa... cidadezinha...
até causa orgulho!
Luz a iluminar,
a poetisa daquele lugarejo,
veio a se formar.
Foi aluna exemplar!
Na trajetória,
um talento já a revelar.

Cursou, também, ensino médio,
no colégio “Mater Dolorum”,
na vizinha cidade de Capinzal.
Formou-se professora,
foi alfabetizadora,
hoje, consagrada escritora!
A formação acadêmica
buscou na grande cidade,
Passo Fundo, R. G. do Sul.
Lá cursou a faculdade.
Poetisa LUZ...
Formou-se grande mestra,
superou a criação!
Escritos Luz! Leitores em abertura
pra cultivar a cultura.

Em trânsito,
foi Beatriz.
Teceu com o fio da vida
crônicas, contos e poesias.
Cantou em versos,
também em prosa:
vivências, lembranças,
tristezas, adversidades, 
esperanças...



Da escritora, a imaginação,
está no livro
“Casa de Consertos”.
Casa feita
de remédio literário.
Da vida, da alma, 
o melhor beneficiário.
Este livro, grande convocação,
para o mundo consertar.
A solução é mutirão,
mutirão de leitura!



Acreditem,
Luz da literatura,
da vida, combate
as agruras.


MUTIRÃO POÉTICO - ELOÍ ELISABETE BOCHECO



BOCHECO, Eloí Elisabete. Uni, Duni, Téia. Florianópolis:  Papa-Livro, 1998, P. 7.

FLAUTA FLORIDA - ELOÍ ELISABETE BOCHECO

                         do livro Tá pronto, seu lobo? E outros poemas.

Na floresta
o flautista
sua flauta 
perdeu.

Flautista
aflito
sem
a flauta!

A flauta
do flautista
uma florista
encontrou.

Com flores de
flamboyant
a flauta
a florista
enfeitou.

- Flauta
com flores,
florista?

- Não gostou
flautista?

- Floreio
a flauta
florida,
florista.
 
Flauta
florida
floresce
a canção
guardada
no flautista.

BOCHECO, Eloí. Tá pronto, seu lobo? e outros poemas. São Paulo: Formato, 2014, P. 19.


BRINCADEIRAS COM A LETRA M – ELOÍ ELISABETE BOCHECO

Atirei o M na água
para ver o m  nadar.
Os peixes pegaram o m
e levaram para o mar.

Joguei o  m para cima
para ver o m voar.
Um pássaro levou o m
para na mata morar.

Colei o m no chapéu
para o m passear comigo.
O vento carregou o m
para o moinho de trigo.

Sentei o na cadeira
para o m descansar.
O gato pegou o m
e engoliu sem mastigar.

Deixei o m no manjericão
para o m se perfumar.
Uma moça pegou o m
e levou para o verbo amar.


****************************  ( Do livro   “TÁ  PRONTO, SEU LOBO?

                                                                                     E OUTROS POEMAS - Formato)

BOCHECO, Eloí. Tá pronto, seu lobo? e outros poemas. São Paulo: Formato, 2014, P. 36.

RENDAR - ELOÍ ELISABETE BOCHECO

        do livro Tá pronto, seu lobo? E outros poemas

A renda
é de fio plissado,
é de seda, é de sol,
é do peixinho- dourado.


- Menina, acabou o fio:
a renda está impedida.
- Não se importe, rendeira,
eu teço com o fio da vida.

A renda
é de fio prateado,
é de seda, é de sempre,
é do peixinho do lago.
 
- Menina, por que demora?
Por que parou de rendar?
- Rendeira, não faça conta,
 fui aprender a namorar.

A renda
é de fio encantado,
é de seda, é de sol,
é do peixinho do lago.


BOCHECO, Eloí. Tá pronto, seu lobo? e outros poemas. São Paulo: Formato, 2014, P. 20-21.

NEGRINHO DO PASTOREIO - ELOÍ ELISABETE BOCHECO

Negrinho do Pastoreio
foi açoitado
por causa do cavalo
que sumiu no prado.
No meio do formigueiro
seu corpo foi jogado.

O menino foi salvo por
sua madrinha, Nossa Senhora,
que desceu do céu
 e lhe valeu nessa hora.

Negrinho apareceu
no cavalo sumido.
Nenhum arranhão
seu corpo tinha sofrido.

O fazendeiro cruel
atirou-se ao chão
ao ver o Negrinho
acenar com a mão.

Nos campos celestes,
Negrinho cavalga,
feliz da vida, e ajuda
a encontrar, na terra,
as coisas perdidas.

Negrinho do pastoreio,
acendo esta vela pra ti
e peço que me devolvas
o tempo que eu perdi...


BOCHECO, Eloí. Cobra Norato e Outras Miragens. Erechim: Habilis Press, 2016, P. 8.

ABRINDO A PORTA - ELOÍ ELISABETE BOCHECO

Se o amor bater à porta,
abra devagar.
Amor é caprichoso,
Quer só ele as regras ditar.

Se o deserto bater à porta,
pense antes de abrir.
Deserto, quando vem,
demora para partir.

Se o mar bater à porta,
será que deve atender?
O mar é imenso,
você pode se perder.

Se um sonho bater à porta,
abra sem demora,
ou o sonho dá meia-volta
e vai-se embora...

Se a poesia bater à porta,
abra como a um amigo.
Poesia é luz,
alimento e abrigo.

BOCHECO, Eloí. Tá pronto, seu lobo? e outros poemas. São Paulo: Formato, 2014, P. 40.

segunda-feira, 13 de março de 2017

O B E AS BALAS - ELOÍ ELISABETE BOCHECO




































BOCHECO. Eloí Elisabete. A de Amor A de ABC. Florianópolis: Papa-Livro, 1999, P. 5.

domingo, 12 de março de 2017

AMOR-PERFEITO (ELOÍ ELISABETE BOCHECO)

BOCHECO, Eloí Elisabete. Cantorias de Jardim. São Paulo: Paulinas, 2012, P. 13.

quarta-feira, 1 de março de 2017

LITERATURA DE CORDEL - Ana Schirley Favero

   Literatura de Cordel é um tipo de poema popular oral e impresso em folhetos, geralmente expostos para venda. Pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome.
   O nome de CORDEL é original de Portugal, que tinha a tradição de pendurar folhetos em barbantes.
  Essa tradição se espalhou para o Nordeste do Brasil, onde o nome acabou sendo herdado.
   A literatura de cordel é escrita em forma rimada e alguns poemas são ilustrados com xilogravuras.
    As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos. 
   Os autores recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola.
   Os temas incluem fatos do cotidiano, episódios históricos, temas religiosos, políticos e outros. O cordel é muito usado para fazer críticas sociais e políticas. A literatura de cordel é produção típica do Nordeste, em especial nos Estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.    

Principais cordelistas:
Patativa do Assaré,
Bráulio Teixeira,
Bráulio Bessa,
Ivanildo Vilanova,
Ariano Suassuna,
Mestre Azulão,
Arievaldo Viana Lima,
Aderaldo Ferreira Araújo,
Apolonio Alves dos Santos,
Elias A. de Carvalho,
Expedito Sebastião da Silva,
Firmino Teixeira do Amaral,
João Martins de Athayde e tantos outros...

Importante nota: Bráulio Bessa, toda sexta-feira, está presente no Programa “ENCONTRO” de Fátima Bernardes. O tema em pauta é cantado por Bráulio Bessa.  Vale a pena acompanhar. 

RIQUEZA E GRAÇA (Profª Schirley)

Leia CORDEL
na cama,
no ônibus,
no avião,
na praça.

Leia do povo
as raízes,
a alma.
Ouça a riqueza
cheia de graça.

NORDESTE INDEPENDENTE - Ivanildo Vilanova e Bráulio Tavares

Já que existe no sul este conceito
Que o Nordeste é ruim, seco e ingrato,
Já que existe a separação de fato
É preciso torná-la de direito.

Quando um dia qualquer isso for feito
Todos dois vão lucrar imensamente
Começando uma vida diferente
Da que a gente até hoje tem vivido.
Imagine o Brasil ser dividido
E o Nordeste ficar independente.

Dividindo a partir de Salvador
O Nordeste seria outro país:
Vigoroso, leal, rico e feliz,
Sem dever a ninguém no exterior.
Jangadeiro seria o senador,
O casaco de roça era o suplente,
Cantador de viola, o presidente
E o vaqueiro era o líder do partido.
Imagine o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente.

Em Recife o distrito industrial
O idioma ia ser “nordestinense”
A Bandeira de renda cearense
“Asa Branca” era o hino Nacional
O folheto era o símbolo oficial
A moeda, o tostão de antigamente
Conselheiro, seria o inconfidente
Lampião, o herói inesquecido.
Imagine o Brasil ser dividido
E o Nordeste ficar independente.

O Brasil ia ter de importar
Do Nordeste: algodão, cana, caju,
Carnaúba, laranja, babaçu,
Abacaxi e o sal de cozinhar.
O arroz e o agave do lugar,
A cebola, o petróleo, aguardente,
O Nordeste é auto-suficiente,
Nosso lucro seria garantido
Imagine o Brasil ser dividido
E o Nordeste ficar independente.

Se isso aí se tornar realidade
E alguém do Brasil nos visitar
Neste nosso país vai encontrar
Confiança, respeito e amizade
Tem o pão repartido na metade
Tem o prato na mesa, a cama quente
Brasileiro será irmão da gente
Venha cá, que será bem recebido...
Imagine o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente.

Eu não quero com isso que vocês
Imaginem que eu tento ser grosseiro
Pois se lembrem que o povo brasileiro
É amigo do povo português.
Se um dia a separação se fez
Todos dois se respeitam no presente.
Se isso aí já deu certo antigamente
Nesse exemplo concreto e conhecido,
Imagine o Brasil ser dividido
E o Nordeste ficar independente.

(versão cantada por Ivanildo Vilanova)