quarta-feira, 31 de maio de 2017

ELIAS JOSÉ - GRANDE POETA!

            Falar do poeta Elias José, só tem um jeito: declamar seus poemas, cheios de poesia, de verdade, de encantamento e de ricas vozes vindas do seu PENSAMENTO, conectado com seu coração. Coração de pessoa sensível, de olhar profundo, de atitude elegante e  sábia. Homem, de criança, o coração.

             Vamos  ler e ouvir:

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O Pato

O pato perto da porta
O pato perto da pia
O pato longe da pata
O pato pia que pia.

O pato longe da porta
O pato longe da pia
O pato perto da pata
É um pato que nem pia.

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Caixa mágica de surpresa

Um livro
é uma beleza,
é caixa mágica
só de surpresa.

Um livro
parece mudo,
mas nele a gente
descobre tudo.

Um livro
tem asas
longas e leves
que, de repente,
levam a gente
longe, longe.

Um livro
é parque de diversões
cheio de sonhos coloridos.
Cheio de doces sortidos,
Cheio de luzes e balões.
Um livro
é uma floresta
com folhas e flores
e bichos e cores.
É mesmo uma festa,
um baú de feiticeiro,
um navio pirata do mar,
um foguete perdido no ar,
é amigo e companheiro.

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                        TEM  TUDO  A  VER

A poesia
Tem tudo a ver
com tua dor e alegrias,
com as cores, as formas, os cheiros,
os sabores e a música
do mundo.

A poesia
tem tudo a ver
com o sorriso da criança,
o diálogo dos namorados,
as lágrimas diante da morte,
os olhos pedindo pão.

A poesia
tem tudo a ver
com a plumagem, o voo e o canto,
a veloz acrobacia dos peixes,
as cores todas do arco-íris,
o ritmo dos rios e cachoeiras,
o brilho da lua, do sol e das estrelas,
a explosão em verde, em flores e frutos.

A poesia
_ é só abrir os olhos e ver_
   tem tudo a ver
    com tudo.

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                        AS  TIAS
A tia Catarina
cata a linha.

A tia Teresa
bota a mesa.

A tia Ceição
amassa o pão.

A tia Lela
espia a janela.

A tia Cema
teima que teima.

A tia Maria
dorme de dia.

A tia Tininha
faz rosquinha.

A tia Marta
corta batata.

A tia Salima
fecha a rima.

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        A  CASA  E  O  SEU  DONO

Essa casa é de caco
quem mora nela é o macaco.

Essa casa tão bonita
quem mora nela é a cabrita.

Essa casa é de cimento
quem mora nela é o jumento.

Essa casa é de telha
quem mora nela é a abelha.

Essa casa é de lata
quem mora nela é a barata.

Essa casa é elegante
quem mora nela é o elefante.

E descobri de repente
que não falei em casa de gente.

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                        NAS  RUAS  DA  CIDADE

Lá na rua 21,
o pipoqueiro solta pum.

Lá na rua 22,
O português diz: pois-pois.

Lá na rua 23,
João namora a bela Inês.

Lá na rua 24,
a Aninha tirou retrato.

Lá na rua 25,
caiu um barraco de zinco.

Lá na rua 26,
o sorveteiro quer freguês.

Lá na rua 27,
Pedro chama a prima Bete.

Lá na rua 28,
a Verinha vende biscoito.

Lá na rua 29,
a molecada só se move.

Lá na rua 30,
paro, pois a rima já não pinta.


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