quarta-feira, 31 de maio de 2017

MULTIPLICAR OU DIVIDIR? - Profª Schirley

        O que é mais plausível e humano? Adotar uma criança ou um animal de estimação?  Esta pergunta é feita por centenas e centenas de pessoas. Há dezenas de questionamentos e posições diferentes sobre o assunto. Os assuntos são diferentes ou parecidos? E as responsabilidades  entre as duas posições?
            É como Cecília Meireles fala em seu poema “Ou Isto Ou Aquilo”? Adota- se uma criança que vive na rua e passa fome e frio ou um cachorro que vive perambulando e ganha restos de comida encontrados nos lixeiros? Ou é possível ter entendimento e acolhimento para os dois?  Há quem argumenta que animal de estimação deve ser bem tratado e cuidado, que faz falta para companhia ou até terapia e ajuda. Há argumentos de profissionais como veterinários que afirmam, com conhecimento de causa, que cachorros e gatos, principalmente, podem transmitir algumas doenças graves. Estes animais precisam de tratamento e acompanhamento para vacinas e outros cuidados.  Há quem afirma que  animal também tem sentimentos. Adotar um animal de fato não acarreta muita responsabilidade, enquanto que adotar uma criança requer muita atenção e muito amor incondicional, muito investimento  na educação e na saúde, no vestuário e em tantas outras necessidades.
            Há quem afirma: “é mais fácil levar um animal para casa que tenha fome, que alimentar uma criança abandonada na rua”. Deve-se, no entanto, ressaltar que os assuntos são diferentes, que as opiniões e visões e responsabilidades também são diferentes. O que se destaca e se enfatiza é que criança tem uma história cheia de marcas na alma e tem grandes sonhos.
             As crianças reagem com frustrações, com desencantos, com descaminhos e podem se tornar grandes problemas no seio da família e da sociedade, quando agredidas, mal amadas, sem amparo e sem um porto seguro.  Não se deve esquecer que as crianças serão os homens de amanhã... o nosso futuro... quanto mais se faz pelas crianças e pela sua educação e acolhimento, melhor futuro , o mundo terá.
            Se me perguntassem sobre o assunto, minha resposta seria bem objetiva: “Não  tenho predisposição para adoção de nenhuma natureza, porque o meu amor é multiplicado pela família e pela semeadura da leitura”.

            Concorda-se que todos fazem falta no mundo, tanto os animais como as crianças, mas não se deve comparar animais a seres humanos. A lei da vida é: “fazer aos outros o que se gostaria que fizessem por nós”. Não custa amar o próximo acima de tudo, pois o amor multiplica-se, não se divide. 

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