quarta-feira, 31 de maio de 2017

OLÁ, LEITORES AMIGOS DESTE BLOG!

            Estou de volta com mais assunto. Mas devo dizer que não sou escritora, contudo, minha alma se alegra, quando conecta com a alma dos meus leitores. Quando editei meu blog: leiturasementevital.bolgspot.com, a minha intenção foi homenagear e declarar meu grande respeito pelos escritores que possuem a arte de manter o encontro de almas. Também expressar meu amor incondicional pela literatura literária.
            Se você gosta de ler, venha comigo. Ouça a voz da minha alma.  Oxalá, alimente e estabeleça uma maior compreensão  para a sua ação de vida com alma e coração.
            Os textos a seguir foram escritos com sinceridade, ouvindo uma voz do íntimo do coração.


            Com muito carinho e respeito: Profª Ana Schirley Bragatto Favero.

ELIAS JOSÉ - GRANDE POETA!

            Falar do poeta Elias José, só tem um jeito: declamar seus poemas, cheios de poesia, de verdade, de encantamento e de ricas vozes vindas do seu PENSAMENTO, conectado com seu coração. Coração de pessoa sensível, de olhar profundo, de atitude elegante e  sábia. Homem, de criança, o coração.

             Vamos  ler e ouvir:

*********************************

O Pato

O pato perto da porta
O pato perto da pia
O pato longe da pata
O pato pia que pia.

O pato longe da porta
O pato longe da pia
O pato perto da pata
É um pato que nem pia.

*********************************

Caixa mágica de surpresa

Um livro
é uma beleza,
é caixa mágica
só de surpresa.

Um livro
parece mudo,
mas nele a gente
descobre tudo.

Um livro
tem asas
longas e leves
que, de repente,
levam a gente
longe, longe.

Um livro
é parque de diversões
cheio de sonhos coloridos.
Cheio de doces sortidos,
Cheio de luzes e balões.
Um livro
é uma floresta
com folhas e flores
e bichos e cores.
É mesmo uma festa,
um baú de feiticeiro,
um navio pirata do mar,
um foguete perdido no ar,
é amigo e companheiro.

*********************************

                        TEM  TUDO  A  VER

A poesia
Tem tudo a ver
com tua dor e alegrias,
com as cores, as formas, os cheiros,
os sabores e a música
do mundo.

A poesia
tem tudo a ver
com o sorriso da criança,
o diálogo dos namorados,
as lágrimas diante da morte,
os olhos pedindo pão.

A poesia
tem tudo a ver
com a plumagem, o voo e o canto,
a veloz acrobacia dos peixes,
as cores todas do arco-íris,
o ritmo dos rios e cachoeiras,
o brilho da lua, do sol e das estrelas,
a explosão em verde, em flores e frutos.

A poesia
_ é só abrir os olhos e ver_
   tem tudo a ver
    com tudo.

*********************************

                        AS  TIAS
A tia Catarina
cata a linha.

A tia Teresa
bota a mesa.

A tia Ceição
amassa o pão.

A tia Lela
espia a janela.

A tia Cema
teima que teima.

A tia Maria
dorme de dia.

A tia Tininha
faz rosquinha.

A tia Marta
corta batata.

A tia Salima
fecha a rima.

*********************************
        A  CASA  E  O  SEU  DONO

Essa casa é de caco
quem mora nela é o macaco.

Essa casa tão bonita
quem mora nela é a cabrita.

Essa casa é de cimento
quem mora nela é o jumento.

Essa casa é de telha
quem mora nela é a abelha.

Essa casa é de lata
quem mora nela é a barata.

Essa casa é elegante
quem mora nela é o elefante.

E descobri de repente
que não falei em casa de gente.

*********************************

                        NAS  RUAS  DA  CIDADE

Lá na rua 21,
o pipoqueiro solta pum.

Lá na rua 22,
O português diz: pois-pois.

Lá na rua 23,
João namora a bela Inês.

Lá na rua 24,
a Aninha tirou retrato.

Lá na rua 25,
caiu um barraco de zinco.

Lá na rua 26,
o sorveteiro quer freguês.

Lá na rua 27,
Pedro chama a prima Bete.

Lá na rua 28,
a Verinha vende biscoito.

Lá na rua 29,
a molecada só se move.

Lá na rua 30,
paro, pois a rima já não pinta.


***********************************

PALAVRA PRATICADA - Profª Schirley

                O menino Ryan,
                lá da Califórnia,
                com apenas sete anos,
                pouco falou,
                apenas pensou e praticou.
               
                Ryan, uma criança!
                Não pensava  ser doutor,
                mas já, grande pensador!
                Na ideia, mais que adulto,
                bem atento,
                menino astuto,
                bem inteligente,
                na ação, AGENTE.

                Não era cego,
                não era surdo,
                buscava, sem sossego,
                a prática, em defesa
                da mãe natureza.
                Selecionava o lixo,
                levava para reciclagem.
                A paisagem agradecia
                humana mensagem!

                Era  mesmo  inteligente,
                bastou ouvir um conto interessante,
                que, resumido, assim dizia:
                “Não há ninguém neste mundo,
                que não saiba nada
                e não tenha algo para ensinar;
                como não há ninguém que saiba tudo,
                e não tenha algo para aprender.”

                Por isso, é necessário partilhar,
                para poder semear.
                Ele tinha esperança,
                na inovação,
                vinda do coração.

                Então, acreditem:
                “Segundo o educador António Nóvoa,
                a quarta revolução, no mundo,
                acontecerá na educação”.


"O COLECIONADOR DE SABEDORIAS”

(Gilka Girardello -  reconto – versão de conto jamaicano)

            Contam, na Jamaica, que no tempo antigo, antes de o mundo ser mundo, vivia um ser meio gente meio aranha chamado Anansi.
            Pois,  um dia, Anansi inventou de querer guardar só para ele todas as sabedorias que existiam. Arranjou um grande pote de barro, amarrou nele uma tira de couro e passou-a por trás do pescoço, para que o pote ficasse dependurado na frente do seu corpo, e saiu pelo mundo. A cada vez que ouvia alguém dizendo uma coisa sábia, ele a recolhia e jogava dentro do pote: póc!
            Por muito tempo, Anansi andou pelo mundo de ouvido atento. Alguém falava uma sabedoria e, pronto, lá ia a sabedoria- póc!- para dentro do pote. No começo, ele ouvia sabedorias por todo lado, e o pote ia enchendo ligeiro: póc! póc! póc! Aqui: póc! Ali: póc-póc! Ali mais adiante: póc-póc-póc!
          Só que, aos poucos, as sabedorias  começaram a ficar mais raras. Póc...póc... póc... E ele andava pelo caminho, carregando aquele pote, horas e mais horas, dias e mais dias, sem escutar nenhumazinha só. Até que, lá pelas tantas, ouvia uma coisa sabida e... póc! Lá ia ela para dentro do pote junto com as outras.  Chegou uma hora em que Anansi percebeu que tinha parado completamente de ouvir coisas sábias saindo da boca das pessoas. Nesse momento, ele soube que tinha reunido para si toda a sabedoria do mundo.
             Muito orgulhoso,  Anansi pensou:
            _ Onde vou esconder o meu pote de sabedorias para que ninguém as encontre e elas possam ser só minhas?
             E teve a ideia de esconder o pote no alto de uma palmeira muito alta. Começou a trepar no tronco da palmeira, mas estava difícil, porque o pote pendurado à sua frente atrapalhava os movimentos. Cada pouco que subia, escorregava e voltava para baixo de novo, todo desajeitado.
            Foi então que Anansi escutou uma risada debochada:
            _ Quaquaraquaquá! Que sujeito burro.
            Olhando para baixo, Anansi viu um menininho,  que continuou falando, entre gargalhadas:
            _ Se o senhor quer subir pra frente, por que não pendura o pote nas costas?
           Anansi, apesar de muito indignado, não deixou de perceber que aquilo que o menino tinha dito era, afinal, uma coisa sábia. Com muita raiva, atirou o pote de barro com força no chão e todas as sabedorias se espalharam pelo mundo.

            E é por isso que, desde esse dia, cada pessoa sabe de algumas coisas, mas ninguém sabe de todas.

LIBERDADE DE EXPRESSÃO - Profª Schirley

           A Constituição Brasileira prevê direitos básicos para o cidadão: direito à saúde, à educação, à cultura, ao esporte, à liberdade de expressão e outros direitos. Mas, eis que surgem, constantemente, mediante circunstâncias sociais, econômicas e políticas, questionamentos de várias naturezas. O principal, nos últimos tempos é: será que temos plenos direitos à liberdade de expressão, Já que existem tantas intolerâncias e ações de terrorismo?
            Sabe-se, através da história da humanidade, que muitas mudanças e progressos, tanto sociais, quanto políticos, ocorreram através de revoluções ou conflitos. Um exemplo disso foi a Revolução Francesa em que a Aristocracia vivia em um luxo extremo e tinha poder absoluto, enquanto o povo vivia na pobreza, com fome, sem a liberdade de se expressar. Foi com a revolução que o cenário mudou para o que conhecemos hoje, onde todos têm direitos e nascem livres.
            Não foi diferente, aqui, no Brasil, com o movimento da Semana da Arte moderna e com a revolução de 1964. Muitos brasileiros foram presos, torturados, exilados e até mortos, em nome da democracia e da liberdade de expressão. Na década de 70 e 80, o jornal “O Pasquim” também sofreu muita repressão e houve muitas prisões de dirigentes, escritores e artistas, por fazerem oposição ao Regime Militar. Esse Jornal era o porta-voz da indignação social brasileira.
            Os intelectuais, os atores, músicos, escritores da literatura, tanto literária, quanto informativa, deixam em suas obras, sejam livros, romances, novelas, peças de teatro, músicas e outros gêneros, espaços vazados explícitos ou implícitos, os reclames, os protestos, as indignações sobre as injustiças, a corrupção, as diversidades, enfim, sobre os desmandos políticos a favor, apenas, de uma minoria, implantando, cada vez mais, as distâncias culturais, sociais e econômicas.

            Portanto, a liberdade de expressão deve ser um direito de todos, praticado, livremente, através da imprensa escrita ou falada, sempre com responsabilidade e verdade. O livre exercício do direito de opinar, criticar, caricaturar e denunciar exige reflexão e ética. É direito de todos se rebelar contra as desigualdades , contra a corrupção, contra as injustiças, enfim, contra as distâncias culturais, sociais e econômicas, tão cruéis e subumanas.  

MULTIPLICAR OU DIVIDIR? - Profª Schirley

        O que é mais plausível e humano? Adotar uma criança ou um animal de estimação?  Esta pergunta é feita por centenas e centenas de pessoas. Há dezenas de questionamentos e posições diferentes sobre o assunto. Os assuntos são diferentes ou parecidos? E as responsabilidades  entre as duas posições?
            É como Cecília Meireles fala em seu poema “Ou Isto Ou Aquilo”? Adota- se uma criança que vive na rua e passa fome e frio ou um cachorro que vive perambulando e ganha restos de comida encontrados nos lixeiros? Ou é possível ter entendimento e acolhimento para os dois?  Há quem argumenta que animal de estimação deve ser bem tratado e cuidado, que faz falta para companhia ou até terapia e ajuda. Há argumentos de profissionais como veterinários que afirmam, com conhecimento de causa, que cachorros e gatos, principalmente, podem transmitir algumas doenças graves. Estes animais precisam de tratamento e acompanhamento para vacinas e outros cuidados.  Há quem afirma que  animal também tem sentimentos. Adotar um animal de fato não acarreta muita responsabilidade, enquanto que adotar uma criança requer muita atenção e muito amor incondicional, muito investimento  na educação e na saúde, no vestuário e em tantas outras necessidades.
            Há quem afirma: “é mais fácil levar um animal para casa que tenha fome, que alimentar uma criança abandonada na rua”. Deve-se, no entanto, ressaltar que os assuntos são diferentes, que as opiniões e visões e responsabilidades também são diferentes. O que se destaca e se enfatiza é que criança tem uma história cheia de marcas na alma e tem grandes sonhos.
             As crianças reagem com frustrações, com desencantos, com descaminhos e podem se tornar grandes problemas no seio da família e da sociedade, quando agredidas, mal amadas, sem amparo e sem um porto seguro.  Não se deve esquecer que as crianças serão os homens de amanhã... o nosso futuro... quanto mais se faz pelas crianças e pela sua educação e acolhimento, melhor futuro , o mundo terá.
            Se me perguntassem sobre o assunto, minha resposta seria bem objetiva: “Não  tenho predisposição para adoção de nenhuma natureza, porque o meu amor é multiplicado pela família e pela semeadura da leitura”.

            Concorda-se que todos fazem falta no mundo, tanto os animais como as crianças, mas não se deve comparar animais a seres humanos. A lei da vida é: “fazer aos outros o que se gostaria que fizessem por nós”. Não custa amar o próximo acima de tudo, pois o amor multiplica-se, não se divide.